Já vi, várias vezes e com retrato e tudo, uma citação do Eça de Queiroz retirada de O Conde d’Abranhos. Na edição que eu tenho, e que será a mais comum (Livros do Brasil), tal citação vem na p. 114.
Reproduzo o parágrafo:
«Mas o Globo, jornal do Governo, teve esta saída resplandecente: “O Estandarte, jornal dos Bexigosos, escreve no seu artigo de ontem: ‘O governo não há-de cair — porque não é um edifício. Tem de sair com benzina — porque é uma nódoa!’ Este plágio é torpe: aquela frase foi escrita por nós, ipsis verbis, no n.º 1214 deste jornal, na ocasião em que os Bexigosos elegeram a câmara passada.»
Contudo, é muito mais interessante o conto que, na referida edição, se segue. Chama-se A Catástrofe (p. 195 e segs.).
Neste conto, Portugal é invadido por um país estrangeiro e onde antes, na actual Praça do Município, em Lisboa, estava um soldado português, agora está outro.
Apenas interessa sublinhar a caracterização que Eça faz do povo português: as fraquezas estão todas lá, as negligências, a confiança em que os outros farão o que é nossa obrigação fazer, o governo que «devia ser o agricultor, o industrial, o comerciante, o filósofo, o sacerdote, o pintor, o arquitecto — tudo!». E mais alguma coisa.
Só uma coisa falha neste portuguesismo psicológico: o optimismo final.
Mas esse, será para outros.
Reproduzo o parágrafo:
«Mas o Globo, jornal do Governo, teve esta saída resplandecente: “O Estandarte, jornal dos Bexigosos, escreve no seu artigo de ontem: ‘O governo não há-de cair — porque não é um edifício. Tem de sair com benzina — porque é uma nódoa!’ Este plágio é torpe: aquela frase foi escrita por nós, ipsis verbis, no n.º 1214 deste jornal, na ocasião em que os Bexigosos elegeram a câmara passada.»
Contudo, é muito mais interessante o conto que, na referida edição, se segue. Chama-se A Catástrofe (p. 195 e segs.).
Neste conto, Portugal é invadido por um país estrangeiro e onde antes, na actual Praça do Município, em Lisboa, estava um soldado português, agora está outro.
Apenas interessa sublinhar a caracterização que Eça faz do povo português: as fraquezas estão todas lá, as negligências, a confiança em que os outros farão o que é nossa obrigação fazer, o governo que «devia ser o agricultor, o industrial, o comerciante, o filósofo, o sacerdote, o pintor, o arquitecto — tudo!». E mais alguma coisa.
Só uma coisa falha neste portuguesismo psicológico: o optimismo final.
Mas esse, será para outros.
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