Comprei recentemente, aqui, a colecção completa dos discursos do Salazar. São os livros que estão aí em cima.
Está um repetido por uma circunstância puramente acidental. Já tinha o 1.º volume (da tiragem especial de 500 exemplares numerados e rubricados pelo autor, o n.º 443) mas a compra dos restantes, incluindo o mesmo 1.º volume (n.º 378 da mesma tiragem), foi aliciante.
Agora tenho a colecção completa com um livro repetido; não faz mal que eu sei a quem o oferecer por alturas do Natal.
Admiro muito o Salazar como pessoa muito inteligente, atento, previdente, forte e conhecedor dos portugueses.
Não sou salazarista, não sou do tempo dele, mas tenho que admitir que não é fácil estar 40 anos no poder sem aquelas qualidades.
Mas ele tem outra melhor.
É, sem dúvida, o prosador político do séc. XX português.
Estes livros demonstram muito bem isso. Só o prefácio ao 1.º vol. lhe serviria para o definir como o mestre do discurso; sem dotes de oratória, sem gestos, sem espectáculo. Os restantes livros confirmam.
Cada discurso tem cabeça, tronco e membros. Ele define os temas e, depois, discorre sobre eles.
E discorre com clareza, com frases próprias das suas leituras (António Vieira e Manual Bernardes), com frases cheias, completas em que, muitas vezes, é a parte final que lhes dá o seu especial sentido ou conclusão.
Não sou da área da Literatura, não tenho as ferramentas próprias da análise literária, do domínio das figuras de estilo, etc.. Mas sei ler e sei pensar o que leio, compreendo o texto à minha frente.
O Salazar político, mesmo dando de barato que não se pode distinguir o prosador do político, é coisa que me fascina mas que, neste instante não me interessa.
Vou ler a recente biografia dele e, só depois, darei uma opinião.
Mas, e é este o ponto do escrito, melhor prosador de Estado que ele, não existe.
É confrangedora a pobreza intelectual dos discursos actuais, é confrangedora a falta de sobriedade, a falta de estilo, a falta de conteúdo.
Não é de admirar muito; hoje, os políticos não discursam, dão entrevistas em cima do acontecimento e não pensam no que dizem.
Não têm oportunidade.
Está um repetido por uma circunstância puramente acidental. Já tinha o 1.º volume (da tiragem especial de 500 exemplares numerados e rubricados pelo autor, o n.º 443) mas a compra dos restantes, incluindo o mesmo 1.º volume (n.º 378 da mesma tiragem), foi aliciante.
Agora tenho a colecção completa com um livro repetido; não faz mal que eu sei a quem o oferecer por alturas do Natal.
Admiro muito o Salazar como pessoa muito inteligente, atento, previdente, forte e conhecedor dos portugueses.
Não sou salazarista, não sou do tempo dele, mas tenho que admitir que não é fácil estar 40 anos no poder sem aquelas qualidades.
Mas ele tem outra melhor.
É, sem dúvida, o prosador político do séc. XX português.
Estes livros demonstram muito bem isso. Só o prefácio ao 1.º vol. lhe serviria para o definir como o mestre do discurso; sem dotes de oratória, sem gestos, sem espectáculo. Os restantes livros confirmam.
Cada discurso tem cabeça, tronco e membros. Ele define os temas e, depois, discorre sobre eles.
E discorre com clareza, com frases próprias das suas leituras (António Vieira e Manual Bernardes), com frases cheias, completas em que, muitas vezes, é a parte final que lhes dá o seu especial sentido ou conclusão.
Não sou da área da Literatura, não tenho as ferramentas próprias da análise literária, do domínio das figuras de estilo, etc.. Mas sei ler e sei pensar o que leio, compreendo o texto à minha frente.
O Salazar político, mesmo dando de barato que não se pode distinguir o prosador do político, é coisa que me fascina mas que, neste instante não me interessa.
Vou ler a recente biografia dele e, só depois, darei uma opinião.
Mas, e é este o ponto do escrito, melhor prosador de Estado que ele, não existe.
É confrangedora a pobreza intelectual dos discursos actuais, é confrangedora a falta de sobriedade, a falta de estilo, a falta de conteúdo.
Não é de admirar muito; hoje, os políticos não discursam, dão entrevistas em cima do acontecimento e não pensam no que dizem.
Não têm oportunidade.
3 comentários:
parabéns amigo , fiquei com inveja ( se me permite ) da sua colecção .
Não fique com inveja, não vale a pena.
Se precisar de um ou outro discurso, diga que eu digitalizo-o.
No meu perfil está o meu e-mail.
Se quiser vender o primeiro volume... para completar uma colecção agradcia...
Cumprimentos
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