M. C. Escher é um dos artistas cujas obras nos espantam sempre.
São desenhos de realidade irreal, de construções que não estão bem certas e que, ainda assim, nos parecem completamente certas.
Escadas que sobem e descem no mesmo plano, água que sobe canais para voltar a descer e, surpreendentemente, voltar a subir pelo mesmo caminho.
Comprei este livro há bastantes anos; é escrito pelo próprio desenhador e nele descreve alguns dos seus mais famosos trabalhos. São 76 desenhos a respeito dos quais ele explica qualquer coisa: o que queria, o que representam, o que significam.
Os seus trabalhos mais famosos são a casa das escadas e a relatividade.
Tudo isto é confuso, não joga bem, é incongruente. No entanto, ele explica bem:
"Quase toda a metade superior da estampa é a imagem reflectida da metade inferior. A esquerda superior, onde um bicho-rolapé desce da esquerda para a direita, reflecte-se duas vezes: no meio e no lado inferior. Na escada, no canto superior direito, neutraliza-se a oposição entre subida e descida: duas fileiras de bichos avançam lado a lado; contudo, uma sobe, enquanto a outra desce".
O outro desenho é diferente mas a lógica muito relativa é a mesma:
"Três planos de gravitação agem aqui verticalmente uns sobre os outros".
"Dois habitantes de mundos diferentes não podem andar, sentar-se ou ficar de pé no mesmo solo, pois a sua concepção de horizontal e vertical não se conjuga. Eles podem, contudo, usar a mesma escada".
Claro que isto pode levar a comparações, as que quisermos. Vivemos todos juntos e, mesmo assim, não estamos no mesmo plano?
Não interessa.
O que tem graça é o aproveitamento (também inteligente e artístico) que se faz de Escher:
Este é um desenho de Robert Leighton, publicado aqui
Um comentário:
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