sexta-feira, 1 de junho de 2012

Sobre os feriados




Vi aqui, finalmente, o que a Assembleia da República aprovou e que diz respeito aos feriados, isto é, àqueles que foram abolidos.
Trata-se de uma alteração ao Código do Trabalho, ao artigo que tem a lista dos feriados nacionais.
Já tinha lido nos jornais e em blogues sobre isto mas nada melhor que ver as coisas onde elas realmente devem estar de forma a não laborar em erro. Nem tudo o que vem nos jornais é verdadeiro; geralmente, trata-se do diz que disse e não do que é.
Mas adiante.
São suprimidos da lista os dias 5 de Outubro e 1 de Dezembro.
Que o Governo queira acabar com alguns deles acho muito bem; sempre pensei que havia demasiados. O curioso nisto é que foram logo aos feriados mais nacionais, os que mais têm que ver com Portugal enquanto Nação, enquanto Estado.
É verdade que o primeiro deles apenas era festejado por ser o dia de uma mudança de regime (algo muito político mas pouco nacional). No entanto, e existem coincidências, foi no dia 5 de Outubro que foi assinada a Convenção de Zamora, pela qual o Reino de Leão e Castela reconheceu a independência de Portugal.
Se em alguma data se podia assinalar o nascimento do País, esta seria ela.
O segundo feriado é, como é sabido, o da restauração da independência, final do domínio filipino.
Portugal voltou a ser um país independente.
O exarcebamento que desta data foi feito no Estado Novo não lhe retira a característica fundamental e que é o seu nacionalismo, um dia intimamente nacional.
Se num dia foi o nascer de Portugal, no outro foi o seu renascer.
E, no entanto, foram mesmo estes dois dias que deixaram de ser feriado!
Cumprirei os feriados e trabalharei nos dois dias indicados; mas que isto me parece um erro político tremendo, parece-me. 

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