Claro que o post tinha que ter este nome.
Este estabelecimento está encerrado durante o Natal.
Depois de 1 de Janeiro, ainda se pode fumar aqui.
domingo, 23 de dezembro de 2007
terça-feira, 4 de dezembro de 2007
Feijão assado
Ingredientes:
1 Kg de feijão vermelho
1/2 Kg de toucinho
9 cebolas
6 dentes de alho
200 g de banha
Pimenta da Jamaica e cominhos a gosto.
*
Depois de demolhado, coze-se o feijão.
Num tacho de ir ao forno, refogam-se as cebolas e o toucinho na banha.
Depois, junta-se o feijão.
Põe-se no forno durante várias horas, mexendo de vez em quando.
Temperar com sal, a pimenta e os cominhos.
Quando estiver quase pronto, põe-se uma colher de banha por cima.
NOTA: deve-se fazer de véspera. A assadura faz-se com intervalos (assa uma hora e tira-se; espera 30m, volta-se a pôr mais 1 ou 2 horas; novo descanso e nova assadura), mas sempre com o forno ligado.
1 Kg de feijão vermelho
1/2 Kg de toucinho
9 cebolas
6 dentes de alho
200 g de banha
Pimenta da Jamaica e cominhos a gosto.
*
Depois de demolhado, coze-se o feijão.
Num tacho de ir ao forno, refogam-se as cebolas e o toucinho na banha.
Depois, junta-se o feijão.
Põe-se no forno durante várias horas, mexendo de vez em quando.
Temperar com sal, a pimenta e os cominhos.
Quando estiver quase pronto, põe-se uma colher de banha por cima.
NOTA: deve-se fazer de véspera. A assadura faz-se com intervalos (assa uma hora e tira-se; espera 30m, volta-se a pôr mais 1 ou 2 horas; novo descanso e nova assadura), mas sempre com o forno ligado.
domingo, 18 de novembro de 2007
A ler
Este livro de Bryan Ward-Perkins (A Queda de Roma e o Fim da Civilização, Aletheia Editores, 2006) é excelente. Trata-se de um ensaio sobre o que se passou realmente com as invasões bárbaras. O autor quer vincar a ideia que não houve, nem de perto nem de longe, uma transição pacífica entre o fim do Império Romano e o estabelecimento dos reinos bárbaros. Pelo contrário, as invasões foram isso mesmo, invasões, com tudo o que isso implica (guerra, assaltos, violações, imposição de regras, etc.)
Contudo, o que mais interessa destacar é o motivo que levou a que este livro fosse escrito. A doutrina historiadora que reune num mesmo capítulo o tempo que medeou entre o ano 200 e o séc. VIII (Antiguidade Tardia) tem como resultado o branqueamento (não há outro termo) da queda do Império Romano e a sua substituição pela «civilização» (?) bárbara. Isto significa que um facto capital da História da Europa é arrumado, classificado e tratado como um pequeno incidente no percurso da Humanidade nesta área geográfica.
O pretexto do autor é, precisamente, demonstrar o erro de tal perspectiva.
E consegue-o.
Recomendo, pois, a leitura de este excelente ensaio.
Também recomendo, e isto para não ser pedante, o óptimo (para quem goste do género) livro de Robert Silverberg Roma Eterna (colecção Nébula, PEA).
Contudo, o que mais interessa destacar é o motivo que levou a que este livro fosse escrito. A doutrina historiadora que reune num mesmo capítulo o tempo que medeou entre o ano 200 e o séc. VIII (Antiguidade Tardia) tem como resultado o branqueamento (não há outro termo) da queda do Império Romano e a sua substituição pela «civilização» (?) bárbara. Isto significa que um facto capital da História da Europa é arrumado, classificado e tratado como um pequeno incidente no percurso da Humanidade nesta área geográfica.
O pretexto do autor é, precisamente, demonstrar o erro de tal perspectiva.
E consegue-o.
Recomendo, pois, a leitura de este excelente ensaio.
Também recomendo, e isto para não ser pedante, o óptimo (para quem goste do género) livro de Robert Silverberg Roma Eterna (colecção Nébula, PEA).
segunda-feira, 12 de novembro de 2007
terça-feira, 30 de outubro de 2007
sábado, 20 de outubro de 2007
quinta-feira, 18 de outubro de 2007
19 de Outubro
Poucos dias depois da comemoração da implantação da República, outra data republicana se deve comemorar.
O 19 de Outubro de 1921 foi a «Noite Sangrenta» em que foram assassinados, por republicanos, diversos monárquicos (se calhar até cabralistas!) e outras pessoas ligadas intimamente à República.
Os mais conhecidos são António Granjo, chefe do Governo, e Machado dos Santos, o herói da Rotunda. Mas mais morreram pois que a camioneta da morte muito viajou nessa noite pela Baixa lisboeta e não só.
Como é óbvio, os bons republicanos, de peito duro e sangue bem vermelho, não se lembram já deste dia — e os poucos que se lembram querem esquecer.
Não deixa de ser curioso que o muito republicano Dic. de Hist. de Portugal apenas refere este evento a respeito da biografia (melhor dizendo, da necrologia) dos dois homens acima citados; sobre o caso em si, não há nenhuma entrada. Também a Hist. de Portugal, dirigida por José Mattoso (6.º vol., pp. 623-624) é bastante sucinta a este respeito.
Continuam a ser uns bons livros mas dá a impressão que querem silenciar um acaso triste — e digo acaso porque não é coisa muito do nosso género, não é um hábito nem uma característica da nossa personalidade colectiva.
Adiante.
Entre outras coisas, veja-se aqui e noutros locais deste blog.
Amanhâ, não nos esqueçamos disto.
O 19 de Outubro de 1921 foi a «Noite Sangrenta» em que foram assassinados, por republicanos, diversos monárquicos (se calhar até cabralistas!) e outras pessoas ligadas intimamente à República.
Os mais conhecidos são António Granjo, chefe do Governo, e Machado dos Santos, o herói da Rotunda. Mas mais morreram pois que a camioneta da morte muito viajou nessa noite pela Baixa lisboeta e não só.
Como é óbvio, os bons republicanos, de peito duro e sangue bem vermelho, não se lembram já deste dia — e os poucos que se lembram querem esquecer.
Não deixa de ser curioso que o muito republicano Dic. de Hist. de Portugal apenas refere este evento a respeito da biografia (melhor dizendo, da necrologia) dos dois homens acima citados; sobre o caso em si, não há nenhuma entrada. Também a Hist. de Portugal, dirigida por José Mattoso (6.º vol., pp. 623-624) é bastante sucinta a este respeito.
Continuam a ser uns bons livros mas dá a impressão que querem silenciar um acaso triste — e digo acaso porque não é coisa muito do nosso género, não é um hábito nem uma característica da nossa personalidade colectiva.
Adiante.
Entre outras coisas, veja-se aqui e noutros locais deste blog.
Amanhâ, não nos esqueçamos disto.
quarta-feira, 17 de outubro de 2007
Boa música
Andando na net, eu que adoro música e cerveja, deparei-me com a Rosinha. Não sei se fiquei encantado pelas suas formas ou se foi pela forma das suas letras. São poemas profundos, que se aprofundam, que se retraem, que se aprofundam de novo. Poemas, talvez, intimistas ou, se calhar, íntimos, quase carnais.
Digo quase porque o ouvinte menos atento é capaz de pensar que está a ouvir uma ordinarice ou, pelo menos, uma brejeirice. As cantigas também são feitas por quem as ouve...
Enfim, mais um sucesso (disco de platina) do cantar português de que tanto nos orgulhamos.
Recomendo, pois, a visita ao seu sítio (não pensem mal, não tem nada que ver com a festa que fazem no sítio da Nossa Senhora da Nazaré), bem como à sua produtora.
quinta-feira, 11 de outubro de 2007
Bandeiras e República
O que terá levado os republicanos a escolher esta bandeira?
Podiam ter tirado a coroa da bandeira velha, colocar a esfera armilar e mais nada.
Mas não; decidiram substituir o azul pelo verde e o branco pelo vermelho!
Já o azul e branco era a bandeira do Afonso Henriques como se pode ver aqui.
Só houve uma vantagem nisto que foi a previsão da coisa: Portugal foi o primeiro país africano (embora do Norte) a adoptar as cores que, 50 ou 60 anos mais tarde, quase todos os outros países de África escolheram para as suas bandeiras.
Podiam ter tirado a coroa da bandeira velha, colocar a esfera armilar e mais nada.
Mas não; decidiram substituir o azul pelo verde e o branco pelo vermelho!
Já o azul e branco era a bandeira do Afonso Henriques como se pode ver aqui.
Só houve uma vantagem nisto que foi a previsão da coisa: Portugal foi o primeiro país africano (embora do Norte) a adoptar as cores que, 50 ou 60 anos mais tarde, quase todos os outros países de África escolheram para as suas bandeiras.
sexta-feira, 5 de outubro de 2007
Alan Moore
Estou fascinado cada vez mais com este autor de banda desenhada. É negro, esquisito, tétrico, mas excepcional.
Infelizmente, ou nem tanto, comecei por ler o melhor (Watchmen; link ao lado), depois li o «From Hell» e depois «A Liga dos Cavalheiros Extraordinários». Tudo excelentes histórias, contadas de uma maneira surpreendente, sempre a prender a atenção do leitor. Tem ainda a intrigante capacidade (ou a BD não fosse também uma arte) de trabalhar com desenhadores que melhor reproduzem um determinado tipo de história; a cada desenhador, uma história, de tal forma que seria incompreensível, por exemplo, o David Gibbons desenhar o «From Hell» e o Eddie Campbell desenhar o «Watchmen».
recomendo vivamente este autor.
A imagem foi tirada daqui.
Infelizmente, ou nem tanto, comecei por ler o melhor (Watchmen; link ao lado), depois li o «From Hell» e depois «A Liga dos Cavalheiros Extraordinários». Tudo excelentes histórias, contadas de uma maneira surpreendente, sempre a prender a atenção do leitor. Tem ainda a intrigante capacidade (ou a BD não fosse também uma arte) de trabalhar com desenhadores que melhor reproduzem um determinado tipo de história; a cada desenhador, uma história, de tal forma que seria incompreensível, por exemplo, o David Gibbons desenhar o «From Hell» e o Eddie Campbell desenhar o «Watchmen».
recomendo vivamente este autor.
A imagem foi tirada daqui.
quinta-feira, 13 de setembro de 2007
Novilíngua
Ver: visualizar.
Assentar tijolo: proceder ao assentamento de tijolo.
Depois: após (sempre!).
Contratar: contratualizar.
Padeiro: industrial de panificação (aplicável a outras profissões).
Dizer: verbalizar.
Assentar tijolo: proceder ao assentamento de tijolo.
Depois: após (sempre!).
Contratar: contratualizar.
Padeiro: industrial de panificação (aplicável a outras profissões).
Dizer: verbalizar.
quinta-feira, 23 de agosto de 2007
A bola
Recomeçou a bola, ou seja, o campeonato da desonestidade, da animalidade e da venalidade.
Parece que começou bem: o Sporting e o Porto perderam o seu melhor reforço e a selecção empatou.
Por mim só quero isto: que as equipes da Liga empatem todas umas com as outras, que as equipes que joguem na Europa percam sempre e que a selecção perca sempre.
Talvez assim olhem um bocado para si mesmos e tenham vergonha na cara.
Parece que começou bem: o Sporting e o Porto perderam o seu melhor reforço e a selecção empatou.
Por mim só quero isto: que as equipes da Liga empatem todas umas com as outras, que as equipes que joguem na Europa percam sempre e que a selecção perca sempre.
Talvez assim olhem um bocado para si mesmos e tenham vergonha na cara.
segunda-feira, 6 de agosto de 2007
quarta-feira, 25 de julho de 2007
Polvo cozido
1 polvo fresco
1 cebola
Colocam-se o polvo e a cebola num tacho tapado.
Vai ao lume do fogão.
Quando a cebola estiver cozida, o polvo também está.
1 cebola
Colocam-se o polvo e a cebola num tacho tapado.
Vai ao lume do fogão.
Quando a cebola estiver cozida, o polvo também está.
terça-feira, 17 de julho de 2007
Bíblia
A capa do livro é igual à de outro livro qualquer. Mas o aviso é diferente e extremamente sério. O que acontece é que os ocidentais só sabem o que aprendem na catequese, o que é pouco; muito pouco. O Nonato ficou ofendido mas sem razão. É preciso ler o Antigo Testamento, que, ao fim e ao cabo, é só a história mistificada de um pequeno povo de uma pequena área da Ásia Menor. Foi uma história atroz, a frase mais comum foi «passaram a cidade a fio de espada».
Enfim, coisas.
Claro que o livro merece o rótulo que tem.
Enfim, coisas.
Claro que o livro merece o rótulo que tem.
quarta-feira, 4 de julho de 2007
Eça (nos blogues)
Já vi, várias vezes e com retrato e tudo, uma citação do Eça de Queiroz retirada de O Conde d’Abranhos. Na edição que eu tenho, e que será a mais comum (Livros do Brasil), tal citação vem na p. 114.
Reproduzo o parágrafo:
«Mas o Globo, jornal do Governo, teve esta saída resplandecente: “O Estandarte, jornal dos Bexigosos, escreve no seu artigo de ontem: ‘O governo não há-de cair — porque não é um edifício. Tem de sair com benzina — porque é uma nódoa!’ Este plágio é torpe: aquela frase foi escrita por nós, ipsis verbis, no n.º 1214 deste jornal, na ocasião em que os Bexigosos elegeram a câmara passada.»
Contudo, é muito mais interessante o conto que, na referida edição, se segue. Chama-se A Catástrofe (p. 195 e segs.).
Neste conto, Portugal é invadido por um país estrangeiro e onde antes, na actual Praça do Município, em Lisboa, estava um soldado português, agora está outro.
Apenas interessa sublinhar a caracterização que Eça faz do povo português: as fraquezas estão todas lá, as negligências, a confiança em que os outros farão o que é nossa obrigação fazer, o governo que «devia ser o agricultor, o industrial, o comerciante, o filósofo, o sacerdote, o pintor, o arquitecto — tudo!». E mais alguma coisa.
Só uma coisa falha neste portuguesismo psicológico: o optimismo final.
Mas esse, será para outros.
Reproduzo o parágrafo:
«Mas o Globo, jornal do Governo, teve esta saída resplandecente: “O Estandarte, jornal dos Bexigosos, escreve no seu artigo de ontem: ‘O governo não há-de cair — porque não é um edifício. Tem de sair com benzina — porque é uma nódoa!’ Este plágio é torpe: aquela frase foi escrita por nós, ipsis verbis, no n.º 1214 deste jornal, na ocasião em que os Bexigosos elegeram a câmara passada.»
Contudo, é muito mais interessante o conto que, na referida edição, se segue. Chama-se A Catástrofe (p. 195 e segs.).
Neste conto, Portugal é invadido por um país estrangeiro e onde antes, na actual Praça do Município, em Lisboa, estava um soldado português, agora está outro.
Apenas interessa sublinhar a caracterização que Eça faz do povo português: as fraquezas estão todas lá, as negligências, a confiança em que os outros farão o que é nossa obrigação fazer, o governo que «devia ser o agricultor, o industrial, o comerciante, o filósofo, o sacerdote, o pintor, o arquitecto — tudo!». E mais alguma coisa.
Só uma coisa falha neste portuguesismo psicológico: o optimismo final.
Mas esse, será para outros.
quarta-feira, 27 de junho de 2007
Bacalhau tremido
Ingredientes
5 ou 6 postas de bacalhau
azeite
alho
4 ou 5 homens fortes de braços
Colocam-se as postas num tabuleiro de forno e cobrem-se com azeite. Põe-se alho picado por cima.
Vai ao lume do fogão mas sem nunca pousar o tabuleiro; agita-se o tabuleiro para a frente e para trás, por cima da chama, durante cerca de 15 ou 20 minutos.
Quando o azeite estiver com aparência de maionese, o bacalhau está cozido.
Acompanha-se com batata.
5 ou 6 postas de bacalhau
azeite
alho
4 ou 5 homens fortes de braços
Colocam-se as postas num tabuleiro de forno e cobrem-se com azeite. Põe-se alho picado por cima.
Vai ao lume do fogão mas sem nunca pousar o tabuleiro; agita-se o tabuleiro para a frente e para trás, por cima da chama, durante cerca de 15 ou 20 minutos.
Quando o azeite estiver com aparência de maionese, o bacalhau está cozido.
Acompanha-se com batata.
quinta-feira, 21 de junho de 2007
Liberdade de expressão
Os recentes acontecimentos que envolvem ABC devem levar os portugueses a reflectir muito.
Não basta dizer que estamos perante um atentado à liberdade de expressão só porque ele foi constituído arguido num processo que tem a ver com a licenciatura do primeiro-ministro. É preciso ler tudo o que ABC escreveu sobre este assunto para termos uma ideia de qual seja a atitude do PM. Também conviria saber, e por enquanto não o sabemos, qual o crime que lhe é assacado.
Eu não tenho um Código Penal porque não sou desta área — tenho, isso sim, uma Constituição e um Código Civil, que leio, porque entendo que são as leis básicas que qualquer cidadão deve conhecer.
Mas parece que isto anda à volta do crime de injúria e difamação.
Eu li os textos que ABC vem publicando sobre o assunto. Tenho vindo a lê-los há bastante tempo e há duas semanas atrás li-os todos de uma assentada.
Não vejo lá qualquer conteúdo que enxovalhe o PM.
O que eu vejo é, sempre, um esforço para tentar perceber o que se passa, ou passou, com a licenciatura do PM.O primeiro post é modelar: o ABC coloca as suas próprias dúvidas perante dados objectivos ( a carreira política do PM então, o percurso académico e, o mais fundamental a meu ver, o tempo). Vejo a tentativa de dar coerência e sentido `questão e vejo também que não há maneira de lhe dar qualquer coerência ou sentido.
Por outro lado, outras notícias se juntam e vão sendo comentadas por ABC. Estas notícias mais não do que sólidos alicerces para a dúvida que ABC começou por expor.
Não vejo, em tudo isto, qualquer insulto.
Já tenho visto noutros blogues insultos ordinários e baixos a figuras públicas; aqui não vejo nada disto.
Da mesma maneira que eu posso duvidar de uma medida governativa, da mesma maneira que posso avaliá-la, contestá-la — também posso duvidar que um indivíduo que se intitula engenheiro, com mestrado, o não seja porque os factos que tenho à minha frente só me permitem duvidar e não acreditar.
E isto é perseguido criminalmente?
Não tenho dúvidas que a atitude do PM é só repressiva. Não se trata de defender a honra ofendida (o PM nunca se mostrou ofendido com isto), trata-se só de reprimir, abafar, incomodar quem o incomoda.
E isto é intolerável.
Por isso, acho que os portugueses devem reflectir muito.
Não basta dizer que estamos perante um atentado à liberdade de expressão só porque ele foi constituído arguido num processo que tem a ver com a licenciatura do primeiro-ministro. É preciso ler tudo o que ABC escreveu sobre este assunto para termos uma ideia de qual seja a atitude do PM. Também conviria saber, e por enquanto não o sabemos, qual o crime que lhe é assacado.
Eu não tenho um Código Penal porque não sou desta área — tenho, isso sim, uma Constituição e um Código Civil, que leio, porque entendo que são as leis básicas que qualquer cidadão deve conhecer.
Mas parece que isto anda à volta do crime de injúria e difamação.
Eu li os textos que ABC vem publicando sobre o assunto. Tenho vindo a lê-los há bastante tempo e há duas semanas atrás li-os todos de uma assentada.
Não vejo lá qualquer conteúdo que enxovalhe o PM.
O que eu vejo é, sempre, um esforço para tentar perceber o que se passa, ou passou, com a licenciatura do PM.O primeiro post é modelar: o ABC coloca as suas próprias dúvidas perante dados objectivos ( a carreira política do PM então, o percurso académico e, o mais fundamental a meu ver, o tempo). Vejo a tentativa de dar coerência e sentido `questão e vejo também que não há maneira de lhe dar qualquer coerência ou sentido.
Por outro lado, outras notícias se juntam e vão sendo comentadas por ABC. Estas notícias mais não do que sólidos alicerces para a dúvida que ABC começou por expor.
Não vejo, em tudo isto, qualquer insulto.
Já tenho visto noutros blogues insultos ordinários e baixos a figuras públicas; aqui não vejo nada disto.
Da mesma maneira que eu posso duvidar de uma medida governativa, da mesma maneira que posso avaliá-la, contestá-la — também posso duvidar que um indivíduo que se intitula engenheiro, com mestrado, o não seja porque os factos que tenho à minha frente só me permitem duvidar e não acreditar.
E isto é perseguido criminalmente?
Não tenho dúvidas que a atitude do PM é só repressiva. Não se trata de defender a honra ofendida (o PM nunca se mostrou ofendido com isto), trata-se só de reprimir, abafar, incomodar quem o incomoda.
E isto é intolerável.
Por isso, acho que os portugueses devem reflectir muito.
quarta-feira, 20 de junho de 2007
Autoridade e competência
São ideias distintas.
A autoridade é uma qualidade reconhecida por outros que qualquer pessoa pode ter e em função da qual os orienta; a sua opinião ou as suas palavras são acatadas, são ouvidas e ponderadas. Não precisa de lei para se impor, basta-lhe a sua autoridade para convencer.
De modo diferente, a competência é o poder de fazer coisas obrigando os outros e vem da lei. A competência é obrigatória e coactiva; o que, nos termos da competência, se decidir deve ser acatado e será acatado com o recurso à força se necessário. A lei é que diz quem é que pode mandar isto ou nisto e nada tem que ver com as concretas qualidades dos concretos sujeitos a quem dá a competência. É uma coisa puramente formal.
Em Portugal, esta distinção está quase finda. Por força da igualdade nivelada (voltarei a isto), todos temos autoridade o que acaba por redundar na realidade de que nenhum de nós tem autoridade (o reconhecimento entre iguais é inócuo). Precisamente por causa disto, agora, o que interessa é a competência. E esta, tê-la-ão apenas aqueles a quem a lei conferir.
É pena, porque o reconhecimento da autoridade permite que esta actue onde a competência não chega ou não tenha tempo para actuar.
Na sua base deste assunto está o respeito.
Mas sobre isto não falo porque, nestes meses, ele anda confundido com o «respeitinho que é muito bonito».
A autoridade é uma qualidade reconhecida por outros que qualquer pessoa pode ter e em função da qual os orienta; a sua opinião ou as suas palavras são acatadas, são ouvidas e ponderadas. Não precisa de lei para se impor, basta-lhe a sua autoridade para convencer.
De modo diferente, a competência é o poder de fazer coisas obrigando os outros e vem da lei. A competência é obrigatória e coactiva; o que, nos termos da competência, se decidir deve ser acatado e será acatado com o recurso à força se necessário. A lei é que diz quem é que pode mandar isto ou nisto e nada tem que ver com as concretas qualidades dos concretos sujeitos a quem dá a competência. É uma coisa puramente formal.
Em Portugal, esta distinção está quase finda. Por força da igualdade nivelada (voltarei a isto), todos temos autoridade o que acaba por redundar na realidade de que nenhum de nós tem autoridade (o reconhecimento entre iguais é inócuo). Precisamente por causa disto, agora, o que interessa é a competência. E esta, tê-la-ão apenas aqueles a quem a lei conferir.
É pena, porque o reconhecimento da autoridade permite que esta actue onde a competência não chega ou não tenha tempo para actuar.
Na sua base deste assunto está o respeito.
Mas sobre isto não falo porque, nestes meses, ele anda confundido com o «respeitinho que é muito bonito».
domingo, 17 de junho de 2007
Nome
Embora já leia blogues há dois ou três anos, só agora comecei um.
Enganei-me e pus-me a assinar com o nome do blogue em vez de ser com o meu nome.
Ele não é muito bonito mas eu gosto dele porque é meu e é muito português.
Enganei-me e pus-me a assinar com o nome do blogue em vez de ser com o meu nome.
Ele não é muito bonito mas eu gosto dele porque é meu e é muito português.
sábado, 16 de junho de 2007
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